sábado, 24 de janeiro de 2009

Fresta (Fernando Pessoa)


Em meus momentos escuros em que em mim não há ninguém,

E tudo é névoas e muros quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte de onde em mim sou aterrado,

Vejo o longínquo horizonte cheio de sol posto ou nado


Revivo, existo, conheço,

E, ainda que seja ilusão o exterior em que me esqueço,

Nada mais quero nem peço. Entrego-lhe o coração

Nenhum comentário:

Postar um comentário