Fresta (Fernando Pessoa)
Em meus momentos escuros em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte de onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão o exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço. Entrego-lhe o coração
Nenhum comentário:
Postar um comentário